
E quando há Confronto de Diagnósticos Divergentes entre Biópsia e Peça Cirúrgica?
De acordo com o parecer 34 da SBP, o exame anatomopatológico é complexo, com grande componente de subjetividade, devendo ser, preferencialmente, realizado com o conhecimento das informações clínicas e outras circunstâncias que podem estar relacionadas com o caso. O médico assistente deve fornecer ao patologista todos os dados relevantes e, principalmente, não omitir informações que podem contribuir para a correta interpretação dos achados microscópicos. Respondemos não ser possível assegurar que o segundo examinador tenha obtido o diagnóstico correto da primeira amostra, representada por exíguo tecido, sem a influência das observações microscópicas da peça cirúrgica; essa possibilidade existe, mas também há grande probabilidade de que o acerto, na primeira amostra, conte com a facilidade do exame realizado em concomitância com o exame da peça cirúrgica. Uma amostra pequena de tecido pode não conter todos os elementos de diagnóstico, havendo, consequentemente, enormes dificuldades para a interpretação correta do caso, principalmente em se tratando de doença incomum. Sem dúvida, dispõe de melhor condição quem realiza diagnóstico de forma retrospectiva, com conhecimento da evolução da enfermidade ou com a disponibilidade de peça cirúrgica. A única forma de fazer avaliação do diagnóstico emitido pelo primeiro examinador é solicitar o exame da lâmina histológica original por outros patologistas, disponibilizando para esses apenas os dados que foram fornecidos ao primeiro, obviamente, sem revelar-lhes os desdobramentos subseqüentes do caso. Trata-se de uma realidade, várias vezes o primeiro patologista, sem elementos clínicos e peça cirúrgica não tem condições de diagnóstico.